O que é bolsa rota ou ruptura prematura de membrana?
É chamado de amniorrexe quando ocorre o rompimento das membranas ovulares e amnióticas durante o trabalho de parto. As membranas ovulares são compostas de dois folhetos, um interno, em contato com o líquido amniótico, denominado âmnio, e outro externo, denominado cório. As membranas ovulares, assim constituídas permanecem íntegras até o início do trabalho de parto.
Essa membrana é a bolsa de “água” onde está o bebê durante a gravidez. Esta bolsa, composta por membranas e líquido amniótico, mantém o bebê quente e em segurança. A bolsa rompe, geralmente, várias horas antes ou durante o trabalho de parto, que começa, geralmente, cerca de 12 a 24 horas depois da ruptura da bolsa.
Contudo, em alguns casos, a rotura das membranas ocorre antes que o parto tenha início – muitas vezes, antes mesmo que o feto esteja em condições de sobreviver fora do útero materno. Acontece um caso de ruptura prematura da bolsa se a mulher não entrar em trabalho de parto na hora seguinte à ruptura. Nestes casos, a rotura é classificada de amniorrexe prematura ou rotura prematura das membranas.
Essa situação faz com que a cavidade amniótica seja colocada em contato com os microrganismos que podem ser encontrados na vagina, propiciando dessa forma a contaminação do feto ainda dentro da cavidade uterina. Isso acaba sendo causa importante de partos pré-termo e contribui para o aumento da mortalidade perinatal. A mortalidade materna também é agravada pelos riscos de infecção.
Esse problema em cerca de 10% das gestações e tal acontecimento requer algumas providências por parte do obstetra, pois quando há perda de líquido, tanto a mãe quanto o feto ficam expostos a alguns riscos. Entre eles, o risco de infecção fetal e materna. Quanto tempo o organismo leva para o desenvolvimento de uma infecção após a ruptura é algo variável entre as gestantes e também depende de alguns fatores externos, como a quantidade de toques realizados durante o trabalho de parto.
Como saber que a bolsa rompeu?
Quando há eliminação de grande quantidade de água via vaginal que molha a roupa e escorre pelas pernas com odor. Este tipo de ruptura não gera dúvidas para ninguém, porém, quando a ruptura é parcial o líquido pode sair em pequena quantidade podendo ser confundido com um corrimento ou urina. Quando houver uma eliminação deste tipo é importante que a gestante observe se a eliminação se repete, e, se isto acontecer, deverá analisar todas as características da secreção. Sempre que houver dúvida o profissional deve ser avisado para verificar o caso através de exames da secreção vaginal e da própria aparência da vagina.
Quais são as causas?
A maioria dos casos de amniorrexe prematura não possui uma causa identificável, podendo ser decorrente de diversos fatores. No entanto, sabe-se que distúrbios como infecções genitais e urinárias, incompetência istmo- cervical, placenta de inserção baixa, super-distenção uterina, fetos com apresentação pouco comum e traumas, ou, por exemplo, infecção na própria cavidade uterina, entre outros, podem precipitar esse quadro dramático.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é basicamente clínico, através da constatação de perda líquida (do líquido amniótico), em grande quantidade, súbita e habitualmente indolor, chegando a molhar as roupas da gestante.
O exame físico está dentro dos padrões de normalidade e o exame obstétrico mostra volume uterino adequado para aidade gestacional referida, útero normotônico, partes fetais palpáveis mais facilmente e batimentos cardíacos fetais presentes.
A visualização de saída de líquido amniótico pelo orifício do colo é indicador absoluto para o diagnóstico. Como, entretanto, nem sempre este dado é obtido, podem ser utilizados métodos laboratoriais específicos para esse diagnóstico. A ultra-sonografia é método auxiliar importante, porém não definitivo, uma vez que existem outras causas para a diminuição da quantidade de líquido amniótico.
O que é feito, então?
O tipo de conduta necessária é específica para cada caso e depende da idade gestacional, da presença ou não de contrações uterinas ou de infecção associada. Pode necessitar de intervenção, resultando no nascimento prematuro do bebê, ou pode ser expectante, o que implica na vigilância de parâmetros indicadores de infecção.
É feito acompanhamento ambulatorial com orientações e exames de sangue periódicos para detectar precocemente qualquer indício de infecção. Após 34 semanas de gestação completas, o parto pode ser induzido. Na presença de infecção, chamada de corioamnionite, a conduta é sempre a interrupção da gestação.
Para esperar ou induzir um trabalho de parto é sempre necessário avaliar o bem estar fetal na nova situação. Esta avaliação pode ser feita simplesmente escutando os batimentos cardíacos fetais através do sonar ou de um registro gráfico como a cardiotocografia.
E as consequências?
Como consequência maior, tem-se o risco da prematuridade sempre que a rotura das bolsas ocorra antes de 37 semanas. Por razões ainda não estabelecidas a rotura da bolsa amniótica acelera a maturação pulmonar do feto prematuro.
Como consequência maior, tem-se o risco da prematuridade sempre que a rotura das bolsas ocorra antes de 37 semanas. Por razões ainda não estabelecidas a rotura da bolsa amniótica acelera a maturação pulmonar do feto prematuro.
Outra complicação quase sempre presente é o risco de infecção fetal e/ou materna, e todas suas conseqüências. Antibióticos podem ser receitados para ajudar a combater uma infecção causada por bactérias. Pode ocorrer também o prolapso do cordão umbilical, que é quando o cordão sai pela vagina antes de o bebê emergir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário