domingo, 3 de julho de 2016

Tudo sobre descolamento prematuro de placenta

Conhecendo a placenta
Foto: Reprodução
A placenta existe apenas durante a gestação, sendo um anexo embrionário transitório, por meio do qual o feto respira, alimenta-se e excreta os produtos de seu metabolismo. Dela parte o cordão umbilical, pelo qual o feto é nutrido. É também um órgão endócrino importante, envolvido na produção de diversos hormônios necessários ao perfeito desenvolvimento da gravidez. A placenta humana se implanta na parede do útero e permanece fixada durante toda a gravidez. No parto, ela se descola do útero e é espontaneamente eliminada logo após a saída do bebê.
A placenta funciona parcialmente como um filtro, pois não permite que o sangue da mãe se misture ao do feto e impedeque algumas moléculas inconvenientes entrem em contato com o feto. Infelizmente, isso nem sempre acontece e, por isso, a mãe deve tomar cuidados com certos alimentos, substâncias, medicamentos, vírus e bactérias que podem atravessar a placenta e atingir o feto durante a gravidez.
O que é o descolamento prematuro da placenta?
O problema de deslocamento prematuro da placenta é quando acontece a separação antecipada de parte ou da totalidade da placenta da parede do útero, afetando a sua ligação com o útero antes de o bebê nascer. A placenta deveria se encontrar implantada lá até o nascimento do feto. Também é chamado de DPP, placenta abrupta, separação prematura da placenta, abruptio placentae.
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Esse descolamento é mais comum no terceiro trimestre da gestação, embora possa ocorrer a qualquer momento, depois da vigésima semana de gravidez. Quando ocorre um descolamento, o suprimento de oxigênio e de nutrientes para o bebê pode ficar comprometido e pode ocorrer um sangramento grave, perigoso tanto para o filho como para a mãe. Esse tipo de condição aumenta o risco de o bebê ter problemas para crescer dentro do útero (se o rompimento é pequeno e passa despercebido), de nascer prematuramente ou até, em casos extremos, de não sobreviver.
Quais são as causas?
Determinar a causa exata do deslocamento prematuro da placenta pode ser difícil. As causas diretas são raras, mas incluem:
  • Ferimento na região da barriga (abdômen) devido a queda, pancada no abdômen ou acidente de automóvel
  • Perda súbita de volume uterino (pode ocorrer com perda rápida do líquido amniótico ou depois do nascimento do primeiro gêmeo)
Os fatores de risco incluem:
O deslocamento prematuro da placenta, o que inclui qualquer separação da placenta antes do parto, ocorre em cerca de um a cada 150 partos. A forma grave, que pode causar a morte do bebê, ocorre apenas em um em cada 800 a 1.600 partos.
Quais os sintomas desse problema
Em sangramentos menores, pode acontecer que o sangue fique retido no útero, atrás da placenta, e não seja percebido. Muitas vezes o útero torna-se mais sensível e há cólicas repetitivas, a pequenos intervalos, ou uma cólica contínua que não cede.
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Quando devo procurar o médico?
Você deve comunicar o seu médico se você sofrer um acidente de carro, mesmo que seja um acidente pequeno. Ligue para seu médico imediatamente se tiver sangramento durante a gravidez. Procure um médico imediatamente, ligue para um serviço de emergência (como 192) ou procure um atendimento de emergência, se você estiver grávida e apresentar sangramento vaginal e dor abdominal aguda ou contrações durante a gravidez. O deslocamento prematuro da placenta pode se tornar rapidamente uma situação de emergência que ameaça a vida da mãe e do bebê. O obstetra saberá orientar a melhor conduta em cada caso.
Exames para diagnosticar
O diagnóstico do descolamento de placenta começa pela coleta de uma detalhada história clínica e pode ser complementado pela ultrassonografia abdominal ou vaginal. Apesar da ultrassonografia nem sempre detectar pequenos descolamentos, ela pode excluir o quadro clínico de placenta prévia, que é parecido com esse, ou outra possível causa de sangramento uterino.
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Outros exames complementares que podem contribuir direta ou indiretamente para o diagnóstico são: a ultrassonografia abdominal, hemograma completo, monitoramento fetal, dosagem do nível de fibrinogênio, tempo parcial de tromboplastina, exame pélvico, tempo de protrombina, que é a avaliação do estado de coagulação sanguínea, e a ainda ultrassonografia vaginal ou exame pélvico.
E o tratamento?
Para tratar essa condição, pode ser através de líquidos intravenosos e transfusões de sangue. A mãe será cuidadosamente monitorada quanto a sintomas de choque. O bebê na barriga será monitorado quanto a sinais de sofrimento, que incluem batimento cardíaco anormal.
Se a data da ocorrência deste sangramento estiver próxima da data prevista para o parto, ele deve ser adiantado, mesmo que o descolamento não seja grande, em virtude das suas possíveis complicações.
Se o descolamento for pequeno, mas o bebê for ainda muito prematuro (menos de 28 semanas) e se mãe e filho estiverem bem, é possível esperar um pouco mais, mantendo a gestante em repouso, devidamente medicada e monitorada (tanto ela, quanto o bebê).
Se o feto estiver bem desenvolvido, o parto normal poderá ser feito se for seguro para a mãe e para a criança. Caso contrário, poderá ser feita uma cesariana.
Em casos mais sérios pode ser necessária uma cesariana de urgência. Trata-se, no fundo, em muitos casos, de pesar riscos e benefícios para a gestante e para o bebê.
E quais as complicações possíveis depois?
Em cerca de quase 25% dos casos, o descolamento leva a um parto prematuro.
A perda excessiva de sangue pode levar a choque e à possível morte da mãe ou do bebê. Se ocorrer sangramento depois do parto, e a perda de sangue não puder ser controlada de outras formas, a mãe poderá precisar de uma histerectomia (remoção do útero).
Há consequências graves?
Todos os seguintes fatores aumentam o risco de morte da mãe e do bebê:
  • Cérvix fechado
  • Diagnóstico e tratamento tardio do deslocamento prematuro da placenta
  • Perda de sangue excessiva que leve a choque
  • Sangramento uterino oculto (disfarçado) na gravidez
  • Ausência de trabalho de parto
O sofrimento fetal ocorre no início do problema e em cerca de metade dos casos. Os bebês que sobrevivem têm de 40 a 50% de chances de ter complicações, que variam de leves a graves.
Foto: Shutterstock
O que faço para evitar?
A futura mamãe deve evitar beber, fumar ou usar drogas recreativas durante a gravidez. Faça o pré-natal desde o início da gravidez e regularmente.
Reconhecer e tratar de problemas da mãe, como diabetes e pressão arterial alta, também diminui o risco de deslocamento prematuro da placenta.

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