sexta-feira, 22 de abril de 2016

Como aplicar o cantinho do pensamento?

por Silvia Varanda

Aplicando o cantinho do pensamento - universodospequenos.com
Quando temos nossos pequenos, uma questão difícil e de maior preocupação é como impor limites. Um dos meios que eu encontrei é o chamado “cantinho do pensamento” ou “cantinho da disciplina”, onde a criança fica um tempo refletindo no que fez de errado, para que, da próxima vez, pense e não cometa o mesmo erro.
Ele pode começar a ser aplicado com crianças a partir dos dois anos, mas antes de explicar como aplicar, gostaria de compartilhar que li muitos artigos com críticas negativas sobre esse método. Para mim, funciona muito bem, e em tudo temos prós e contras. No entanto, vale falar que o castigosozinho não será o suficiente para disciplinar os pequenos e que não são todos os casos em que se aplicam. O castigo deve estar aliado a outros meios para ajudá-los na educação, como, por exemplo, criar uma rotina, o que é fundamental, assim como é para os adultos; ter um incentivo para que eles concluam suas obrigações. Todo o conjunto é importante, até mesmo para as regras fazerem sentido e, assim, eles entenderem os seusdeveres dentro de casa, o que é certo e errado, o que pode ser feito ou não.

Preparação do cantinho do pensamento

Depois de terem criado uma rotina, para eles saberem as suasobrigações, começamos a montar as regras:
  1. Definir as regras básicas onde explicam o que podem e devem fazer ou não. Alguns exemplos:
    • Devem e podem: “fazer a tarefa”, “assistir a televisão”, “brincar”, “comer”, “escovar os dentes”.
    • Não podem: “brigar”, “chorar sem motivo”, “desobedecer”, “falar palavrão”, “morder”.

  2. Como são para as crianças, a melhor maneira de mostrá-las é visualmente, ou seja, colocar imagens de bonequinhos tomando as atitudes que podem e devem e que não podem. Uma dica: quando puder, colocar um contorno verde; quando não puder, colocar um contorno vermelho com uma faixa no meio de proibição (como em placas de trânsito).

  3. Com as regras em mãos, você se juntará a criança e, mostrando-as, explicará uma por uma, certificando-se que ele entendeu todas.

Aplicação do cantinho do pensamento

  1. As regras já foram passadas e explicadas. No momento em que uma delas é quebrada, você terá que se abaixar, olhar nos olhos da criança e avisar o que ela fez de errado, que ela “quebrou” certa regra, e que esta é a primeira advertência. Também vale a pena, mostrar a regra para que ela visualize o que foi quebrado.

  2. Se com a advertência, a criança voltou a cometer o mesmo erro, então é a hora que deve levá-la para o cantinho do pensamento e explicá-la o erro novamente para que ela possa fazer uma reflexão. Pode ser em um tapetinho ou uma cadeirinha. O tempo em que a criança deverá permanecer está relacionado com a idade dela, onde cada ano representa um minuto (por exemplo, cinco anos são cinco minutos).

  3. Ao ficar o tempo certo, você vai até a criança, fica na altura dela e pergunta o que ela fez de errado. Ela irá te responder e então deverá te pedir desculpas e dar um abraço. Depois, ela estará liberada do castigo.
As primeiras vezes serão difíceis de aplicar porque a criança não está acostumada com a técnica e, também, porque ela vai testar os seus limites. Ela, provavelmente, vai levantar, correr e fazer de tudo para sair do cantinho, mas você deve manter a calma, pegá-la e colocá-la novamente no lugar. Ela precisa entender que você está falando sério, então é importante continuar firme até que ela fique o tempo certo. Cada vez que ela sair, coloque-a novamente e recomece a contagem do tempo.
Na minha casa, além desses detalhes, no momento de retirar os pequenos, eu gosto de conversar com eles, explicar o porquê de tal ação não ser legal, tentar fazer com que ele se coloque no lugar do outro (por exemplo, bateu no amiguinho, pergunto o que ele sente e se gosta quando alguém bate nele, tento fazê-lo compreender que a dor que o outro sente é a mesma que ele sente quando apanha).
Sempre falo que são crianças muito legais, para certas atitudes, acho importante saberem que não são más por terem feito algo errado, pois estão aprendendo (sabe quando alguém fala “fulana parece maluca” e a pessoa já considera que foi chamada de maluca? Só porque agiu como uma em certo momento, não significa que é. Devemos deixar isso claro para as crianças, só porque teve uma atitude reprovada não significa que ela é má, chata, feia, burra). E, depois de conversar, nunca ficam de fora: o pedido de desculpas, um mega abraça e um mega beijo.

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