O limite é uma experiência afetiva que atinge tanto pais quanto filhos. Ninguém sai ileso. Pode ser difícil mesmo dizer um “não”. Você, mãe, já deve ter vivido essa situação. Sentimos pena, hesitamos e, às vezes, acabamos cedendo. A criança percebe tudo, inclusive nossa insegurança. E nesse momento, sua lógica é implacável! Em um supermercado, por exemplo, ela pode tentar usar a birra para conseguir algo que deseja: “Se eu gritar, ela vai me consentir”. É o que chamamos de compensação explícita. Quem já não precisou lidar com uma birra dos pequenos? E, é claro, em local público!?!
Agora, leia essas afirmativas com atenção. Você concorda com elas?
- Falta de limite resulta em criminalidade.
- Frustrar é altamente saudável.
- A falta de limite é o pior estado de angústia.
- Ao estabelecer um limite é preciso sustentar.
- A frustração é necessária para constituição do ser humano.
À primeira vista podem parecer duras, mas é a pura verdade. Se você, mãe concorda com as afirmativas acima, então está no caminho certo na tarefa de colocar limites nos filhos e possibilitar que eles respondam pelos próprios erros e comecem assim, a construir sua autonomia.
Para criar os filhos não tem receita pronta e atualmente é mais difícil do que parece. A configuração da família mudou, é o que podemos chamar de família “mosaico” e as referências ficaram mais diluídas entre família, amigos, escola e, principalmente, mídia. O imperativo é que tudo pode! Pais e escola não têm mais a autoridade de antigamente. Mas nós sabemos, mãe, que não é bem assim. Tudo tem consequência, isso é comum para todo mundo inclusive para os filhos.
Diante disso, a mãe precisa ter em mente os três princípios a seguir:
- Toda autoridade é construída pela palavra. É pela palavra que construímos as regras junto com os pequenos. Se eles são informados, é legítimo cobrá-las e exigir que sejam respeitadas. Afinal, mãe, todo limite que você coloca para seu filho é para o bem dele e seu também.
- É preciso sustentar o limite. Ao sustentar o limite que você colocou para seu filho e ele sabe o porquê, você passa para seu pequeno a segurança e confiança que irão ajudá-lo a vencer a frustração do “não”. Para as regras não tem negociação. Cumprí-las significa transmitir para o filho o cuidado e a responsabilidade com a moral, os valores, a saúde e a segurança, muitas vezes, até de outras pessoas.
- Quando a regra não é cumprida, há que se ter alguma perda.A criança vai se constituindo através das referências que os pais passam para ela. Imagina como o filho vai se sentir ao perceber que, ao não cumprir as regras, fica tudo bem. Isso pode ser muito perigoso! Lembre-se, nada é sem consequência A autonomia é responder pelos próprios erros e sua construção é um processo, nunca para, nem quando adultos. Que tipo de perda seu filho pode ter é você quem vai decidir, claro que com coerência. Posso dar alguns exemplos: não fez o Para Casa? Então não tem TV. Há um ditado popular que ilustra isso muito bem: “De pequenino é que se torce o pepino.”
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