Você tem observado algo diferente no comportamento do seu filho?
Ele deixou de te olhar nos olhos e parece viver num mundo só dele?
Ele deixou de te olhar nos olhos e parece viver num mundo só dele?
Se a resposta for sim, então é hora de ficar em alerta!
Logo que o bebê nasce começamos a acompanhar o seu desenvolvimento. Desde bem pequenino ele começa a despertar o encantamento dos familiares e, à medida que vai crescendo, começa a interagir com os que o rodeiam. Todos adoram ver suas gracinhas.
Mas em algumas famílias não é bem assim que acontece. Tudo vai indo bem até que se percebe algo errado. Na maioria das vezes é a mãe quem nota, outras vezes pode ser a avó, ou alguém próximo ao bebê. No entanto, mãe, a sua observação é muito valiosa, porque ninguém melhor do que você para perceber que tem algo diferente acontecendo com seu pequeno. O comportamento alterado dele, que geralmente pode surgir até os 3 anos de idade, começa a chamar a atenção: a criança perde o contato visual, não responde quando é chamado, gira em torno de si mesmo, balança o corpo de um lado para o outro, tem ataques de raiva, etc.. O autismo é uma síndrome com sintomas bem diferentes em cada indivíduo.
Dependendo do espectro, ou nível do autismo, a criança pode ser muito falante ou extremamente calada. Apresenta muita dificuldade para controlar seus impulsos e, por isso, pode reagir negativamente a sons, cores e imagens que lhes pareçam muito intensos e vibrantes. Os estímulos podem ser para o autista tão agressivos que muitas vezes ele prefere se isolar no seu próprio mundo. O mundo para ele é assustador.
Se você percebe esses sintomas ou outros que lhe chamem a atenção, é hora de procurar um médico. Quanto mais cedo, melhor. O mais indicado é procurar o pediatra que já acompanha a criança. O diagnóstico pode ser difícil, por isso se você tem dúvidas insista e peça encaminhamento especializado. O pediatra saberá indicar.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma deficiência neurológica, em que o cérebro funciona de uma maneira diferenciada do cérebro das crianças que não têm autismo. Foi descoberto nos Estados Unidos, nos anos 40. As causas dessa síndrome são desconhecidas, mas pode-se afirmar que fatores genéticos contribuem para seu desenvolvimento.
No Brasil a Lei 12.764, sancionada em 27 de dezembro de 2012, institui a “Política de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista”. A grande importância dessa lei é considerar oficialmente os autistas como pessoas com deficiência, afinal eles têm deficiência de aprendizagem, de comunicação e de socialização. Essa nomenclatura dá aos autistas o direito a todas as políticas de inclusão do país, inclusive a educação – a matrícula é compulsória nas escolas públicas e particulares. É muito importante que os pais conheçam e façam valer os direitos das crianças.
Para os pais pode ser difícil aceitar o diagnóstico de autismo. É um processo doloroso que, às vezes, pode passar pela revolta, luto, tristeza, negação e finalmente a aceitação. Não é fácil ver seu pequeno, que até então, parecia não ter nenhuma deficiência, começar a mostrar traços do autismo.
Mas, como a identificação precoce é muito importante, não se pode perder tempo. Os estímulos adequados permitem um melhor desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor para os pequenos.
As informações, então, começam a invadir a vida da família. A mãe costuma ser aquela que quer saber mais. É aí que mora o perigo: o mundo começa a girar em torno de conseguir informações sobre o autismo e aplicá-las no ambiente em que a criança vive. Essa busca pode se transformar em obsessão e ter como consequência a separação. É importante se informar, seguir as orientações médicas, mas tudo com muita tranquilidade.
Procurar o médico e se informar são condutas necessárias e quanto mais cedo melhor. Mas é fundamental também ter amor. Amor acima de tudo. Amor uns pelos outros. O respeito, o amparo, o acolhimento entre os membros da família é tão importante quanto o cuidado com a criança autista. Isso faz toda a diferença. E saiba, mãe, pode não ser fácil, mas é possível. Ao assistir o filme Autism: The Musical, vi o depoimento da mãe de um autista que muito me comoveu: “Ele pode fazer qualquer coisa. Só preciso achar um jeito de ensinar isso a ele.”
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